Casos bizarros de Imobilização Ortopédica: chega de tratar a nossa profissão como brincadeira!
Fazendo um rápido exercício de busca na internet, percebemos ainda mais a importância de termos uma classe forte e uma regulamentação para a profissão de Técnico de Imobilização Ortopédica. Os casos mais absurdos e impensáveis do mundo só reforçam a luta e o trabalho realizado pelo CONDIO-BR, Conselho Deliberativo da Imobilização Ortopédica do Brasil, pelos profissionais que atuam na área. A nossa luta fica até autoexplicativa quando nos deparamos com casos incríveis e bizarros de profissionais que não estão preparados para atuar na área e acabam exercendo livremente a profissão.
São inúmeros casos de erros praticados por profissionais das mais variadas áreas saúde: enfermeiros, auxiliares, técnicos de enfermagem e outros. São inúmeros casos de pacientes que tiveram sequelas por conta de imobilizações mal feitas, feitas por profissionais despreparados, que mal conseguem avaliar cada caso de lesão.
A ideia do nosso Jornal não é atacar, nem desvalorizar os demais profissionais de outras áreas, mas entendemos que cada profissional deve exercer, com excelência, a sua função, principalmente quando isso implica diretamente no risco e proteção da integridade de vidas humanas. Deixando para que o profissional do ramo da Imobilização Ortopédica, o especialista, o técnico que estudou para exercer tal função, execute as imobilizações e, a partir disso, também se responsabilize por possíveis erros ou danos à saúde de cada paciente. Nós do Jornal da Imobilização Ortopédica, ouvimos o CONDIO-BR, Conselho Deliberativo da Imobilização Ortopédica do Brasil, também na figura do especialista da área Wladmyr Mendes, que é mediador do Conselho, e o o órgão entende que a regulamentação da profissão e o direcionamento de imobilizações para o profissional da área deve reduzir e minimizar significativamente os casos de erros e, assim, melhorar as condições de quem trabalha no segmento e também de quem precisa se utilizar destes serviços.
Recentemente, em janeiro deste ano, um caso absurdo ganhou bastante repercussão da mídia, merecendo as manchetes de alguns dos principais veículos de notícias do Brasil. O caso aconteceu em um importante hospital do Rio de Janeiro, quando uma idosa teve o braço cortado por um técnico enquanto ele retirava um gesso do braço dela. O erro foi tamanho, que foram necessários dezoito pontos para fechar o corte profundo. A paciente disse, à época, que chegou a avisar que estava doendo, mas o profissional disse que era por conta da tesoura que, segundo ele, “era muito grossa”. O caso foi registrado na polícia como lesão corporal e o profissional foi afastado do cargo.
Outro caso bizarro, entre tantos outros que encontramos na internet, aconteceu em Belo Horizonte, em 2018. Um idoso com a clavícula quebrada procurou a UPA de BH e saiu de lá engessado com roupa e tudo. Um absurdo! O Conselho Regional de Medicina abriu um processo administrativo sobre o caso e o profissional também foi afastado preventivamente.
Segundo o Código de Ética dos Profissionais Técnicos em Imobilizações Ortopédicas, mais especificamente nos Artigos 28º e 29º, considera-se infração podendo responder civil ou criminalmente pela realização de atos profissionais que causem danos por imperícia, imprudência, negligência ou omissão que será apurada por órgão competente e a gravidade da infração será caracterizada de acordo com a apuração dos fatos, danos, consequência e antecedentes do profissional. O Código também determina que será assegurado pleno direito de defesa para qualquer profissional denunciado/acusado, no decorrer do processo que o próprio responde.
Enfim, já está bastante claro que esta profissão precisa de regulamentação e, principalmente da união de todos para que possamos tornar o ato da Imobilização Ortopédica cada vez mais seguro e valorizado. Basta de profissionais descomprometidos, despreparados e que tratam a Imobilização como “qualquer coisa”. É preciso agir rápido para tornar a classe cada vez mais forte e mais unida, rumo à regulamentação federal da profissão!
Por, Vinícius Lecci
Foto: (PixaBay)